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Tipo: Dissertação
Título: (R)existência Kaiowá em meio ao racismo e colonialidade: exploração da mão de obra indígena e violações de direitos humanos
Título(s) alternativo(s): Kaiowá rexistance in the midst of racism and coloniality: exploitation of indigenous labor and human rights violations
Autor(es): Gavilan, Jeovana Lima
Primeiro Orientador: Silva, Liana Amin Lima da
metadata.dc.contributor.referee1: Benites, Eliel
metadata.dc.contributor.referee2: Lunelli, Isabella Cristina
metadata.dc.contributor.referee3: Botelho, Tiago Resende
Resumo: A história dos povos indígenas no Brasil é marcada por processos de subalternização e desterritorialização, com suas formas tradicionais de existências continuamente impossibilitadas pela lógica capitalista desenvolvimentista e predatória do meio ambiente. No Mato Grosso do Sul (MS), unidade federativa nacional com a segunda maior concentração de indivíduos autoidentificados como indígenas (IBGE, 2010), essa cruel realidade é agravada por tratar-se de região com acentuada lógica extrativista promovida pelo agronegócio e monoculturas extensivas. É nesse cenário em que resistem e lutam os povos indígenas da etnia Kaiowá, cuja mão de obra é frequentemente utilizada de maneira aquém das previsões contidas em tratados e convenções internacionais, em legislações nacionais e externalizam a subalternização em relação à condição étnica-cultural desses indivíduos que, ante a contínua marginalização e pressão integracionista, sujeitam-se a condições trabalhistas precárias. Considerando esse contexto de desumanização praticada através da negação de direitos em face desses povos colonizados, o tema desta pesquisa envolve a resistência indígena Kaiowá em contexto de superexploração de sua mão de obra sob circunstâncias de negação de seus territórios tradicionais, em violação aos direitos humanos e fomentada pela lógica extrativista capitalista, com ênfase nos municípios fronteiriços de Amambai/MS e Caarapó/MS. A fim de agregar materialidade, referenciam-se dados e depoimentos produzidos, durante os anos de 2019 e 2020, por pesquisadores comunitários indígenas vinculados ao “Projeto Teko Joja”, além de notícias localizadas em endereços eletrônicos. A presente pesquisa propõe a seguinte questão: o colonialismo tem implicado a existência de mão de obra indígena Kaiowá superexplorada no Mato Grosso do Sul? A partir deste problema central, propõe-se a seguinte hipótese: se a sobreposição da forma de poder/ser/saber do colonizador sobre os colonizados perpetuou-se historicamente e permanece ocorrendo até os dias atuais, então perdura a exploração da mão de obra indígena Kaiowá no sul de Mato Grosso do Sul sob condições violadoras de direitos humanos em detrimento do modo de vida tradicional e em prol do avanço desenvolvimentista capitalista, bem como urge a necessidade de reconhecimento dos direitos indígenas coletivos a fim de garantir sua sobrevivência. Conforme observa-se da referida hipótese, são variáveis desta pesquisa social: processo colonizatório; exploração da mão de obra indígena sob condições violadoras de direitos humanos; negação do modo de vida tradicional indígena. O objetivo geral é analisar situações de superexploração da mão de obra de indígenas da etnia Kaiowá residentes no Mato Grosso do Sul, principalmente em sua região fronteiriça (Amambai e Caarapó), ocorridas sob condições de ameaça e violação a direitos humanos e fundamentadas sobre práticas racistas originadas desde o período colonial. Trata-se de pesquisa eminentemente qualitativa fundamentada em estudos culturais, etnográficos e historiografia indígena. Utiliza-se o método de abordagem materialista histórico dialético, com análise de documentação direta e indireta. Como marco teórico, utilizamos das teorias decoloniais e pensamento crítico latinoamericano, em abordagem transdisciplinar do Direito, Antropologia, História e Sociologia.
Abstract: The history of indigenous peoples in Brazil is marked by processes of subalternization and deterritorialization, with their traditional forms of existence continually made impossible by the developmental capitalist logic that preys on the environment. In Mato Grosso do Sul (MS), the national federative unit with the second highest concentration of individuals self-identified as indigenous (IBGE, 2010), this cruel reality is aggravated by the fact that it is a region with a strong extractive logic promoted by agribusiness and extensive monocultures. It is in this scenario that the indigenous peoples of the Kaiowá ethnic group resist and fight, whose labor is often used below the provisions contained in international treaties and conventions, in national legislation and externalize the subordination in relation to the ethnic-cultural condition of these individuals that, in the face of continuous marginalization and integrationist pressure, they are subject to precarious working conditions. Considering this context of dehumanization practiced through the denial of rights in the face of these colonized peoples, the theme of this research involves the Kaiowá indigenous resistance in a context of overexploitation of their labor under circumstances of denial of their traditional territories, in disagreement with human rights and fostered by capitalist extractive logic, with emphasis on the border municipalities of Amambai/MS and Caarapó/MS. In order to add materiality, reference is made to data and testimonies produced, during the years 2019 and 2020, by indigenous community researchers linked to the “Teko Joja Project”, in addition to news located at electronic addresses. This research proposes the following question: has colonialism implied the existence of na overexploited Kaiowá indigenous workforce in Mato Grosso do Sul? Based on this central problem, the following hypothesis is proposed: if the superposition of the colonizer's form of power/being/knowledge over the colonized has historically perpetuated itself and continues to occur to the present day, then the exploitation of indigenous labor persists. Kaiowá in southern Mato Grosso do Sul under conditions that violate human rights to the detriment of the traditional way of life and in favor of capitalist developmental advance, as well as the need to recognize collective indigenous rights in order to guarantee their survival. As can be seen from the aforementioned hypothesis, the variables of this social research are: colonization process; exploitation of indigenous labor under conditions that violate human rights; denial of the traditional indigenous way of life. The general objective is to analyze situations of overexploitation of the workforce of indigenous people of the Kaiowá ethnic group residing in Mato Grosso do Sul, mainly in its border region (Amambai and Caarapó), which occurred under conditions of threat and violation of human rights and based on racist practices originated from the colonial period. It is an eminently qualitative research based on cultural, ethnographic and indigenous historiography studies. The dialectical historical materialist approach method is used, with direct and indirect documentation analysis. As a theoretical framework, we use decolonial theories and Latin American critical thinking, in a transdisciplinary approach to Law, Anthropology, History and Sociology.
Ñemombe’upy avakuéra regua ko tetã Brasilpe heta mba’e ikatu eyrupi jehasa hague oñemoĩ ambue he’iva ojapoukapy rupive tekoha mokañy ukarupi, maymáva ava rekoha mokañy ukasévo karai mba’ekuaárupi omondapa opa mba’e rekove. Mato Grosso do Sul pe peteĩ federativa nacional ha’e omohendaukáva peteĩ teĩ ha moõpa ojehekokuaa uka hetave oĩha avakuéra ha’e tekoha guasúgui ojepe’auka opa mba’e ikatúva ojehepy me’ẽ, omoñepyrũvoi imba’ereta potave mopeteĩ. Upe tekoha ryepýpe oikovéva ha oñorairõva oikove haguã ha’e ava Kaiowá, moõpepa oiporu chupe kuéra ikatu’ỹ háicha tembiapo ukapyrã ohepy me’ẽ’ỹre péa ndaipóri oñeñapytĩ háicha convenções internacionais ryepýpe, jejaporãmby opavave pegua, upéa ogueru jepy’apy tekotevẽgui ojejapo avakuéra guireinte, umi mba’e vai ojejapo hese kuéra oikuaarõ jepe ndaikatuiha péicha ojapo hese péa he’ise nomomba’éiri teko ambue ojapo ukante tembiapo pohýi ikatu ha ndaikatúirõ jepe. Jahecha kuaarõ umi ojehúva ndaikatuiha ojejapo umi imba’epotave tavéa renonde rupi ko tembiapo ajapo ahekokuaa uka haguã ñeha’ã jehejae’ỹrã ava Kaiowa kuérare mba’ereícha oñevanga oñemomba’apo ohepyme’ẽ’ỹrẽ ikatuháicha, ivaivéa ndohechakuaa ukái tekohaygua ha’eha avakuéra retã upéa hina me’ẽkuaa direitos tekovekuéra sambyhyha ohecha ombojehuha hina jeipe’a mba’epotave tave peguãrante moõpe ojehuvéa hina ha’e tetã mirĩ ojehe’aha ambue tetã mirĩre Amambai MS ha Caarapo MS ojehe´a hape. Ipahape amohenda haguã jechukapyrã ambohopyta umi oñemombe’u haguéichaite 2019 ha 2020 ryepykuépe umi teko rekore jeporekáva ava osambyhýva Projeto Teko Joja rupive, avei umi marandu rejohu háicha eletrônico rupive. Ko tembiapo omohesakãta ko ava rehegua: umi tekove oñemomburuvicha ojapo ukase haichante ojapóva tembiapo pohýi repyme’ẽ’ỹ avakuéra rekovere MS ryepýpe? ava mba’e ojehuvaívagui amoĩuka ikatúva: japoukase mbarete rupive/moĩuka/mba’ekuaa ojapoukáva mbaretepente ijapye’ỹva oñemombe’upýrupi ha oĩméva A gaitépeve ojehuháicha. Upéa oñemomba’e umi avakuéra rembiapo repyme’ẽ’ỹre ko tetã MS jasúoto opytávare ombojehu ukáva ojehecha ỹhaguicha umi mba’eapovai, me’ẽkuaa tekovekuéra tekoe’ỹme oguerekoukáva ha’e okakuaase guinte oipota haichaite, ko’anga ojehu tekotevẽ ojehechakuaa pe me’ẽkuaa direitos rupive opavave avakuéra ikatu haguãicha oñemohenda guekove mboguatarã. Oĩme háicha ojehecha haguã pe tembiaporãpe hetavaregua arandu ojeporekáva háicha: omoñepyrũva oiporeka ojapo ukase háichante ojapóva tembiapo pohýi repyme’ẽ’ỹ avakuéra rekovére ha’e omokañyva ojapo ñemíva me’ẽkuaa direitos tekovekuéra mba’e, oñomíva ava reko mba’eteéva. Ahupityséva ha’e ahechase amohenda haguã umi ojehúva ikatu e’ỹháicha avakuéra Kaiowápe omomba’apo reíre oikóva ko tetã MS pe, tetã mirĩ Amambai ha Caarapo pe ojehúva hina mongyhyje rupive, oñomíva me’ẽkuaágui direitos tekovekuérape guãrã oñemohenda háicha jeja’oky´a jehejarei ndaikatúi opytarei ojehu.
Palavras-chave: Região de fronteira
Borderlands
Povos indígenas - Kadiwéu
Indigenous peoples - Kadiwéu
Trabalho escravo
Slave labor
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Grande Dourados
Sigla da Instituição: UFGD
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Direito e Relações Internacionais
metadata.dc.publisher.program: Programa de pós-graduação em Fronteiras e Direitos Humanos
Citação: GAVILAN, Jeovana Lima. (R)existência Kaiowá em meio ao racismo e colonialidade: exploração da mão de obra indígena e violações de direitos humanos. 2021. 132 f. Dissertação (Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos) – Faculdade de Direito e Relações Internacionais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2021.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4713
Data do documento: 29-Out-2021
Aparece nas coleções:Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos

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