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Tipo: Dissertação
Título: Um prisma das personalidades femininas históricas em El Eterno Femenino (1996), de Rosario Castellanos: ressignificações
Autor(es): Miguel, Vitoria Alves
Primeiro Orientador: Barzotto, Leoné Astride
metadata.dc.contributor.referee1: Pinheiro, Alexandra dos Santos
metadata.dc.contributor.referee2: Nichnig, Cláudia Regina
metadata.dc.contributor.referee3: Suttana, Renato Nésio
metadata.dc.contributor.referee4: Benatti, André Rezende
Resumo: Esta dissertação propõe a pesquisa acerca das ressignificações de narrativas da história mexicana, tecidas por Rosario Castellanos, em El eterno femenino ([1975] 1996), sob um prisma das mulheres de destaque na narrativa: Malinche, Sor Juana Inés de la Cruz e imperatriz Carlota, mulheres deixadas à margem ou silenciadas pela história tradicional. Na obra teatral de Castellanos (1996), elas têm a oportunidade de narrar sua própria história, dessa forma a narrativa hegemônica é retratada e ressignificada à luz do protagonismo feminino. Assim, aspirando à descolonização da visão cristalizada da narrativa histórica tradicional e das personalidades femininas de Malinche, Sor Juana e Carlota, além de explicitar a luta sociocultural decolonial em busca da emancipação quanto à colonialidade do poder, do ser e do saber, o objetivo proposto é responder ao seguinte questionamento: como, por meio das vozes das personagens de Castellanos (1996), são retratadas e ressignificadas as personalidades femininas supracitadas e a narrativa histórica mexicana tradicional? A análise recai sobre as abordagens narrativas de Castellanos acerca dos eventos históricos relatados em contraponto com a perspectiva tradicional (patriarcal, branca, cristã e colonial), abordando também os efeitos dos diferentes graus da subalternidade, da opressão e misoginia sobre as personalidades estudadas. Para isso, dialogamos com o seguinte referencial teórico: os estudos de Joan Scott (1995), Bourdieu (1995) e Judith Butler (2018), que tratam das relações entre gênero e história e, também, os escritos da própria Castellanos (2010), que demonstram a visão da autora quanto ao lugar ocupado pela mulher na sociedade e a dicotomia homem/mulher; os estudos pós coloniais de Santos (2003) (2009) (2016), Mignolo (2003), Quijano (2005), sobre a colonialidade do poder/ser/saber e pensamento liminar, e também María Lugones (2020) com a interseccionalidade de raça, classe, gênero e sexualidade à colonialidade do poder; os escritos acerca do boom literário latino-americano de Rama (2005), Bragança (2008) e Trouche (2010); Linda Hutcheon (1985) (1991) sobre a estrutura da obra corpus, paródia e metaficção historiográfica; sobre tempo e narrativa de Ricœur (1994); os estudos de Márcia Hoppe Navarro (2010) e Naira de Almeida Nascimento (2011), sobre releitura crítica da história pela ficção; e de Leoné Astride Barzotto (2019) (2022), sobre a resposta do pensamento liminar como resposta à colonialidade do poder. Como resultados finais, por fim, a pesquisa nos leva a concluir que a literatura latino-americana produzida por mulheres, ainda que em diversos momentos dos séculos XX e XXI, mostra-nos o potencial de representação das próprias mulheres no seio das sociedades em que habitam e forjam o existir diante dos contínuos e cada vez mais ofensivos artifícios patriarcais. Desta feita, concluímos, ainda, que o ‘ser mulher’ segue na sina de ‘viver em desafios’ e de ‘sobreviver para contar’ e, portanto, a literatura nos permite todo um processo de amadurecimento diante das questões de gênero e, sobretudo, da luta constante das mulheres em torno da dignidade e do respeito no conviver em sociedade, ressignificando narrativas em torno de um bem comum e coletivo para todas as mulheres, leitoras ou não, pois o conhecimento adquirido é propagado.
Abstract: This dissertation aims to research about the Mexican historical narrative resignifications written by Rosario Castellanos in El eterno femenino ([1975] 1996) from women’s perspective in the narrative: Malinche, Sor Juana Inés de la Cruz and the empress Carlota, women that were put aside or silenced by the traditional history. In Castellanos’ play (1996), they have the opportunity to narrate their own story, in this way the hegemonic narrative is portrayed and resignified in the light of female protagonism. Thus, aspiring the decolonization of the crystalized vision about the traditional historic narrative and the female personalities of Malinche, Sor Juana and Carlota, in addition to explaining the decolonial sociocultural struggle to emancipation regarding the coloniality of power, of being and of knowledge, the proposed goal is to answer the following question: how, through the voices of Castellanos’ (1996) characters, are portrayed and resignified the female personalities aforementioned and the traditional Mexican historic narrative? The analysis falls on the Castellanos’ narrative approach about the historical events in contrast with the traditional perspective (patriarchal, Caucasian, Christian and colonial), also addressing the effects of the different measures of subalternity, oppression and misogyny surrounding the personalities studied. To do this, we dialogue with the following theoretical framework: Joan Scott (1995), Bourdieu (1995) and Judith Butler (2018) studies about the connection between gender and history, plus the Castellanos’ writings which show her vision about the position occupied by women in society and the dichotomy men/women; Santos (2003) (2009) (2016), Mignolo (2003), Quijano (2005) post-colonial studies about the coloniality of power/being/knowledge and border thinking, and also María Lugones (2020) with the intersectionality of race, social class, gender and sexuality to coloniality of power; the writing about the Latin American literary boom by Rama (2005), Bragança (2008) and Trouche (2010); Linda Hutcheon (1985) (1991) about the corpus structure, parody and historiographical metafiction; about time and narrative by Ricœur (1994); Márcia Hoppe Navarro (2010) and Naira de Almeida Nascimento (2011) with studies about the critical reinterpretation of History by fiction; and the border thinking as a response to the coloniality of power, by Leoné Astride Barzotto (2019) (2022). As final results, finally, the research leads us to conclude that Latin American literature produced by women, even at different times in the 20th and 21st centuries, shows us the potential for representation of women themselves within the societies in which they they inhabit and forge their existence in the face of continuous and increasingly offensive patriarchal devices. This time, we also conclude that 'being a woman' follows the path of 'living in challenges' and 'surviving to tell the story' and, therefore, literature allows us a whole process of maturation in the face of gender issues and, above all, of women's constant struggle for dignity and respect when living in society, giving new meaning to narratives around a common and collective good for all women, readers or not, as the knowledge acquired is propagated.
Palavras-chave: Literatura latino-americana
Latin american literature
El eterno femenino
El eterno femenino
Personalidades femininas históricas
Women’s historical personalities
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Grande Dourados
Sigla da Instituição: UFGD
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
metadata.dc.publisher.program: Programa de pós-graduação em Letras
Citação: MIGUEL, Vitoria Alves. Um prisma das personalidades femininas históricas em El Eterno Femenino (1996), de Rosario Castellanos: ressignificações. 2024. 107 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Comunicação, Artes e Letras, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2024.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/6196
Data do documento: 12-Mar-2024
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras

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