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http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/6249
Tipo: | Dissertação |
Título: | NDO HENDUSEI ORE NHE'E: os lugares das indígenas mulheres encarceradas no Mato Grosso do Sul |
Autor(es): | Oliveira, Bianca Cavalcante |
Primeiro Orientador: | Botelho, Tiago Resende |
metadata.dc.contributor.referee1: | Silva, Liana Amin Lima da |
metadata.dc.contributor.referee2: | Henao, Daniel Sebastian Granda |
metadata.dc.contributor.referee3: | Benites, Eliel |
metadata.dc.contributor.referee4: | Becker, Simone |
Resumo: | Vozes não ouvidas (ndohendusei ore nhe'e) – ou que não possuem interesse econômico social para serem ouvidas – tem o objetivo de retratar as graves violações de Direitos Humanos que afetam as mulheres indígenas no interior do cárcere no estado de Mato Grosso do Sul. Questiona-se o motivo pelo qual órgãos governamentais não possuem um consenso nos dados oficiais e, para além disso, omitem a existência de pessoas indígenas, em especial a presença de mulheres. Considerando que o problema da pesquisa são os dados oficiais controversos e omissos quanto à presença desses corpos-territórios, busca-se registrar não só a presença viva dessas mulheres, mas também apontar as violações de Direitos Humanos e o intencional processo de assimilação/integração/etnocídio fomentado pelo Estado brasileiro e perpetrado pelo sistema de justiça. A partir de um diálogo transdisciplinar ancorado no olhar do feminismo interseccional e comunitário, pretende-se tecer as lutas pluriexistentes das indígenas, bem como a conquista de seus direitos para então delinear as complexidades do encarceramento. De um lado, foi realizado o levantamento das indígenas oficialmente reconhecidas pela força segurança pública e que estão encarceradas neste ente federativo. Do outro, foi realizada a análise de conteúdo alguns processos no âmbito da justiça estadual do MS, julgados no Cone Sul de Mato Grosso do Sul, observando a atuação das partes e o uso (ou não) das prerrogativas específicas às mulheres indígenas, nos termos da Resolução 287/2019 (BRASIL, 2019) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a exemplo de identificação étnica, intérprete, laudo antropológico, dentre outros elementos que se mostraram fundamentais para entender o acelerado crescimento de indígenas encarceradas no estado de Mato Grosso do Sul. Na busca de realçar suas identidades, pluralidades e vivências dentro e fora do cárcere, o trabalho empírico fez uso da abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas junto às indígenas privadas de liberdade no Estabelecimento Penal feminino de Jateí, unidade que mais encarcera indígenas mulheres no estado do MS. A hipótese é de que existem similaridades entre o encarceramento de mulheres indígenas e o confinamento desses corpos-territórios em reservas no início do século XX. Posto assim, concluiu-se que as fronteiras impostas pelo Estado brasileiro através do confinamento territorial desencadeou violências estruturais e epistêmicas impulsionadas pelos sistemas colonialista, capitalista, racista e patriarcal decisivas para a propagação de graves violações de Direitos Humanos e o aumento acelerado do encarceramento dessa parte da população. O desinteresse em demarcar as terras indígenas, bem como do sistema de justiça em não aplicar as prerrogativas específicas aos povos indígenas, têm sido cabais para o confinamento desses corpos, seja pela via territorial e/ou do cárcere. |
Abstract: | Ayvu ndo nhē’henduiva(ndo henduiseia ore nhē’ē) há awe’i, ndoguereko’i pira pire(plata) heta, inhē’ē ohendu raguã- ogueru ochukavo, umi mba’e nda’i porãiva ojejapo’a umi kunangue awa’va rehe, ha pe Direitos Humanos he’ia higuai awe’i ndo japo’i, há upe’agui umi kunhangue kuery awa’va, ndo guere’ko porãi umi Karai guery, pe onhe’mboty hape ko Mato Grosso do Sul’pe. O nhe’porandu ma’erãpa umi karai onha’nga reko’a arã mo’ã kuri upe’are ndo guere’koi kuatia omombe’u porã raguã, há ndo mo’hesakã sei mbovy’pa awa guery oime pe nhe’mboty hape, ha kunhangue’rõ katu, ndo mombe’u sei ete oi. Ko mba’apo rupive, ikatu rochuka ndo’ikoi ha, omombe’ua, ndo ime porã’i ha, umi kuatia awa rehegua, há onhõ’mi heta mba’e rete-tekoha rehegua , há rochuka’se awe’i, oimē há heta Kunha pe onhe’mboty hape há awe’i pehecha raguã heta mba’e Direitos Humanos he’ia ndo jejapo’i, há Karai guery nda’i já’ei awa reko’re, ha’e guery oguereko’a ijehe. Ko’ape rohendu umi kunangue nhē’ē, ha uperupi’ve ikatu ro’ipytyvõ umi kunangue awa’va, há oigua’ave raguã awe’i ha’eguery imba’e te’eva, ha tenonde’ve ikatu raguã jai’kua’a porã, ma’erãpa heta irerei kunangue oī onhe’mboty hape. Rojapo peteī nhe porandu, mbovy’pa oī umi awa pe herava segurança pública pe ha oime’a pe onhe’mboty hape. Onhe porandu awe’i, umi herava processo oīa pe herava justiça estadual MS pyguava, ojehu akue ko cone Sul Mato Grosso do Sul’pe, rohecha mba’echapa ojehu ra’e, oiporupa umi heta mba’e kunangue awa’va pe ete oi ojejapo akue, upe’a oī Resolução 287/2019 do CNJ, onhē porandu haguã há’e awa’pa, ohenoī’pa chupe kuery intérprete, ojapo’pa laudo antropologico, ha heta oīve ochukava nhandeve, jaikua’a porãve raguã ma’erãpa heta irerei umi awa guery oimē pe onhe’mboty hape Mato Grosso do Sul’pe. Ha ro’ipytyvõ raguã reko guery, pe oīme’a há ndo ime’ia onhe’mboty hape, ko mba’apope rojapo nhe’porandu umi kunangue awa’vape, oīme’a pe onhe’mboty hape herava Estabelecimento Penal de Jateí, upepy hetave oīme kunangue ko Ms’pe. Há roguahē peteī mba’e te’epe, jahexa porã’rõ ikatu hina ja’e pe onhe’mboty ha heta kunangue awa’va ojehu iterei mba’e are’ma, pe século XX, heta awa’pe ojokopa peteī tekoha’pemi. Upe’arupive jahecha que pe onhankareko’a arã mo’ã nhande rehe herava Estado Brasileiro, ombotypaguy chupeguery, ogueru awe’i heta mba’e wa’i umi pira pire(plata) jará ndive guery, ndaija’eigui heta mba’e Direitos Humanos he’ia ndo japoiri e hetave umi awa onhe’mboty hape oī. Ha’eguery ndo mē’esei chupe guery yjyvy te’e, há mba’yry guery oimē’a judiciário’pe ndo pena’i ojapo porã haguã umi heta mba’e oīa awa rehegua, upe’agui, ojokopa’gui chupe kuery upe’are ojehu iterei, itekoha guery’pe ha pe onhe’mboty hape. |
Palavras-chave: | Indígenas mulheres Kunangue Ava’wa Encarceramento indígena Ava Kuery’pe Ombo’tyha Confinamento Nhembo’tyha |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Grande Dourados |
Sigla da Instituição: | UFGD |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Direito e Relações Internacionais |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de pós-graduação em Fronteiras e Direitos Humanos |
Citação: | OLIVEIRA, Bianca Cavalcante. NDO HENDUSEI ORE NHE'E: os lugares das indígenas mulheres encarceradas no Mato Grosso do Sul. 2024. 159 f. Dissertação (Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos) – Faculdade de Direito e Relações Internacionais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2024. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/6249 |
Data do documento: | 15-Abr-2024 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos |
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