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Tipo: Tese
Título: Parasitóides no controle de lepidópteros desfolhadores em Eucalipto
Título(s) alternativo(s): Parasitoids in the control of defoliating Lepidoptera in Eucalyptus
Autor(es): Santos, Juliana Pereira
Primeiro Orientador: Pereira, Fabricio Fagundes
metadata.dc.contributor.referee1: Silva, Rosilda Mara Mussury Franco
metadata.dc.contributor.referee2: Cardoso, Carlos Reinier Garcia
metadata.dc.contributor.referee3: Thuler, Robson Thomaz
metadata.dc.contributor.referee4: Pastor, Patrick Luiz
Resumo: Espécies de lepidópteros têm ocasionado danos econômicos significativos em plantios de eucalipto. Trichogramma bruni, Trichogramma pretiosum, Tetrastichus howardi, Trichospilus diatraeae, Palmistichus elaeisis são parasitoides de lepidópteros, que apresentam potencial para serem utilizados no controle biológico dessas pragas. A pesquisa foi dividida em três capítulos, cujo objetivos foram: comparar o desenvolvimento de T. bruni e de T. pretiosum em ovos de Chrysodeixis includens e Iridopsis panopla; estimar a capacidade de dispersão horizontal de T. bruni em povoamentos de eucalipto e sua capacidade de parasitismo em ovos de I. panopla em campo; bem como determinar a densidade ideal a ser liberada por hectare de T. howardi, T. diatraeae, P. elaeisis e conhecer a sua efetividade no controle populacional de Thyrinteina arnobia em povoamento de eucalipto. Os experimentos do desenvolvimento de T. bruni e T. pretiosum foram conduzidos no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LECOBIOL) e os demais foram realizadas em plantios comerciais de eucalipto de silvicultores associados a Associação Sul-Mato-Grossense de produtores e consumidores de florestas plantadas (REFLORE-MS), no Estado de Mato Grosso do Sul. No capítulo 1 o delineamento foi ao acoso em esquema fatorial 2x2, consistindo em duas espécies de parasitoides (T. bruni e T. pretiosum) e duas espécies de hospedeiros (C. includens e I. panopla). Foram avaliados: Parasitismo (%), duração do ciclo ovo/adulto, razão sexual, número de indivíduos por ovo, viabilidade do parasitismo e longevidade dos adultos. Os dados das características biológicas foram submetidos a análise de variância, (ANOVA, teste F) até 5% de probabilidade de erro, e a comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para o capítulo 2, o delineamento experimental foi em blocos ao acaso, contendo uma área testemunha (sem liberação de parasitoides) e cinco tratamentos (raios de 5, 10, 15, 20 e 25 metros de circunferência com liberação de 5.000 parasitoides no centro de cada círculo). Foram distribuídos de forma intercalada na circunferência de cada raio, cartelas contendo os ovos inviabilizados de Ephestia kuehniella e armadilhas adesivas amarelas. Após 48 horas no campo, todo material foi recolhido e encaminhado ao laboratório para verificar a dispersão média de T. bruni por raio. Para verificar o parasitismo de T. bruni em ovos de I. panopla, foram liberados em campo 30.000 adultos recém-emergidos, em oito pontos por hectare, em um plantio comercial de Eucalyptus urograndis com 3,5 anos de idade. Uma área de um hectare sem liberação foi utilizada para avaliar o parasitismo natural. Após nove dias, ovos de I. panopla foram coletados nos troncos de 10 árvores de eucalipto aleatoriamente, nas áreas com e sem liberação e levados ao laboratório para observação dos ovos parasitados, e possível emergência de lagartas ou de parasitoides. Foi avaliado a porcentagem de parasitismo e de emergência. O capítulo 3 aborda experimentos conduzidos em plantios comerciais de eucalipto, contendo cinco tratamentos (Testemunha: área sem liberação (T1) e 4 densidades de parasitoides - para T. howardi e T. diatraeae foram de 30 (T2); 60 (T3); 120 (T4) e 430 fêmeas (T5) da espécie por pupa e para P. elaeisis foi de 20 (T2); 40 (T3); 80 (T4) e 160 fêmeas (T5) da espécie por pupa) e quatro repetições. Cada bloco continha oito unidades de parasitismo com 2 pupas de D. saccharalis em cada. As fêmeas dos parasitoides com 24 a 48 horas de idade foram liberadas no ponto central das parcelas. O parasitismo foi permitido por 48 horas e posteriormente as pupas foram retiradas, identificadas e levadas para o laboratório para verificar se havia ocorrência ou não de parasitismo. Para avaliar a efetividade da liberação desses eulofídeos em área com infestação de T. arnobia, foram selecionadas áreas distintas para cada espécie, e realizados dois tratamentos (tratamento 1: aproximadamente 1.200 fêmeas adultas em 4 pontos/hectare, sendo em média 300 fêmeas adultas por ponto de liberação e tratamento 2: Controle. Área sem liberação) em blocos ao acaso, com quatro repetições para cada. Os parasitoides foram liberados antes da emergência em pupas de D. saccharalis, que foram colocadas no interior de sacos de papel kraft SOS à 1,5 m do solo. As avaliações foram realizadas aos 15, 30, e 45 dias após a liberação, 2 observando o número de lagartas por 100 folhas, número de pupas, número de pupas parasitadas, número de adultos do inseto-praga e índice de desfolha. Como resultado, comprovou-se que T. bruni e T. pretiosum conseguem parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla e C. includens. Em I. panopla, o parasitismo foi alto para ambas as espécies, com uma porcentagem média de 85,33% para T. bruni e 82,66% para T. pretiosum. T. bruni teve melhor desenvolvimento em C. includens comparado ao T. pretiosum, apresentando maior porcentagem de parasitismo (53,66% e 40,33%, respectivamente), duração do ciclo de vida (11,0±0,0 dias e 10,00±0,00 dias, respectivamente), número de ovos parasitados (10,73±0,62 ovos e 8,06±0,62 ovos, respectivamente), e longevidade do macho (7,20±0,50 dias e 6,5±0,50 dias respectivamente). A distância média de dispersão de T. bruni nos tratamentos foi de 4,93 m, com uma área de distribuição média na cultura de eucalipto de 110,27 m², sendo verificada a presença de adultos em todos os tratamentos e raios de dispersão avaliados, com maior frequência nos raios de 25 m de diâmetro. O parasitismo de T. bruni sobre I. panopla foi de 21,64%, com emergência em 100% dos ovos. Para os eulofídeos, o parasitismo encontrado em pupas sentinelas de D. saccharalis para densidades das espécies liberadas foi semelhante entre os tratamentos T2 e T5 (T. diatraeae: 19,69% e 24,17% respectivamente; T. howardi: 42,7±1,04% média geral e P. elaeisis: 27,7±16,6 % média geral). O parasitismo em pupas de T. arnobia encontrados aos 15 dias foram: 24,30 % para T. diatraeae, 12,30 % para T. howardi e 12,53 % para P. elaeisis, diferindo das áreas testemunhas. Aos 30 dias não foi verificado infestação de T. arnobia nas áreas com liberação de T. howardi e T. diatraeae, e ocorreu redução populacional desta praga na área com liberação de P. elaeisis. Aos 45 dias a população de T. arnobia foi praticamente igual a zero nos três experimentos. Esses resultados indicam que tanto T. bruni quanto T. pretiosum são capazes de parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla e C. includens, com algumas diferenças no desempenho entre as espécies. Essas informações são relevantes para o desenvolvimento de programas de controle biológico de I. panopla em plantios comerciais de eucalipto, tanto em ambientes agrícolas como florestais. Este é o primeiro registro de desenvolvimento de T. bruni no hospedeiro I. panopla em condições de laboratório. Foi possível constatar que T. bruni consegue se dispersar por aproximadamente 25 metros, bem como encontrar, parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla em plantios de eucalipto. A densidade de 1.200 indivíduos por hectare de T. diatraeae, T. howardi e P. elaeisis são indicadas para liberação em plantios com eucalipto que apresentem infestação de 5 a 10 % de desfolha, 1 a 5 lagartas/100 folhas, sendo suficiente para reduzir a população de T. arnobia. Os resultados desta pesquisa oferecem subsídios para a utilização de T. bruni, T. pretiosum, T. diatraeae, T. howardi e P. elaeisis em programas de controle biológico, em florestas de eucalipto.
Abstract: Species of lepidopterans have been causing significant economic damage in eucalyptus plantations. Trichogramma bruni, Trichogramma pretiosum, Tetrastichus howardi, Trichospilus diatraeae, Palmistichus elaeisis are lepidopteran parasitoids that have the potential to be used in the biological control of these pests. The research was divided into three chapters, with the objectives of comparing the development of T. bruni and T. pretiosum in eggs of Chrysodeixis includens and Iridopsis panopla; estimating the horizontal dispersal capacity of T. bruni in eucalyptus stands and its parasitism capacity on eggs of I. panopla in the field; as well as determining the ideal density to be released per hectare of T. howardi, T. diatraeae, P. elaeisis, and assessing their effectiveness in the population control of Thyrinteina arnobia in eucalyptus stands. The experiments on the development of T. bruni and T. pretiosum were conducted at the Laboratory of Biological Control of Insects (LECOBIOL), and the others were carried out in commercial eucalyptus plantations of silviculturists associated with the South-Mato-Grossense Association of Producers and Consumers of Planted Forests (REFLORE-MS), in the state of Mato Grosso do Sul. In chapter 1, the design consisted of a 2x2 factorial scheme, with two species of parasitoids (T. bruni and T. pretiosum) and two host species (C. includens and I. panopla). The following variables were evaluated: Parasitism (%), duration of egg-to-adult cycle, sex ratio, number of individuals per egg, parasitism viability, and adult longevity. The data on biological characteristics were subjected to analysis of variance (ANOVA, F test) at a 5% probability level, and mean comparisons were performed using Tukey's test at a 5% probability level. For chapter 2, the experimental design was a randomized complete block design, with one control area (without parasitoid release) and five treatments (radii of 5, 10- , 15-, 20- and 25-meters circumference with the release of 5,000 parasitoids at the center of each circle). Cardboards containing non-viable eggs of Ephestia kuehniella and yellow sticky traps were interspersed within the circumference of each radius. After 48 hours in the field, all material was collected and taken to the laboratory to assess the average dispersion of T. bruni per radius. To assess the parasitism of T. bruni on eggs of I. panopla, 30,000 newly emerged adults were released in the field, at eight points per hectare, in a commercial plantation of 3.5-year-old Eucalyptus urograndis. One hectare area without release was used to evaluate natural parasitism. After nine days, eggs of I. panopla were collected from the trunks of 10 eucalyptus trees randomly, in areas with and without release, and taken to the laboratory to observe parasitized eggs and possible emergence of larvae or parasitoids. The percentage of parasitism and emergence were evaluated. Chapter 3 comprises experiments conducted in commercial eucalyptus plantations, with five treatments (Control: area without release (T1) and 4 densities of parasitoids - for T. howardi and T. diatraeae were 30 (T2), 60 (T3), 120 (T4), and 430 females (T5) of the species per pupa, and for P. elaeisis it was 20 (T2), 40 (T3), 80 (T4), and 160 females (T5) of the species per pupa), with four replicates. Each block contained eight units of parasitism with 2 pupae of D. saccharalis in each. The females of the parasitoids, aged 24 to 48 hours, were released at the central point of the plots. Parasitism was allowed for 48 hours, and then the pupae were removed, identified, and taken to the laboratory to determine the occurrence or absence of parasitism. To evaluate the effectiveness of releasing these eulophid wasps in an area infested with T. arnobia, distinct areas were selected for each species, and two treatments were performed (Treatment 1: approximately 1,200 adult females at 4 points/hectare, with an average of 300 adult females per release point, and Treatment 2: Control area without release) in a randomized complete block design, with four replicates for each. The parasitoids were released before the emergence in D. saccharalis pupae, which were placed inside SOS kraft paper bags at a height of 1.5 m from the ground. Evaluations were conducted at 15, 30, and 45 days after release, observing the number of larvae per 100 leaves, number of pupae, number of parasitized pupae, number of adult pests, and defoliation index. As a result, it was found that 4 both T. bruni and T. pretiosum can parasitize and develop in eggs of I. panopla and C. includens. In I. panopla, the parasitism rate was high for both species, with an average percentage of 85.33% for T. bruni and 82.66% for T. pretiosum. T. bruni showed better development in C. includens compared to T. pretiosum, with higher parasitism percentage (53.66% and 40.33%, respectively), longer life cycle duration (11.0±0.0 days and 10.00±0.00 days, respectively), number of parasitized eggs (10.73±0.62 eggs and 8.06±0.62 eggs, respectively), and male longevity (7.20±0.50 days and 6.5±0.50 days, respectively). The average dispersal distance of T. bruni in the treatments was 4.93 m, with an average distribution area in the eucalyptus crop of 110.27 m², and adults were found in all evaluated treatments and dispersal radii, with higher frequency in the 25 m diameter radii. The parasitism of T. bruni on I. panopla eggs was 21.64%, with emergence in 100% of the eggs. For the eulophid wasps, the parasitism found in sentinel pupae of D. saccharalis for the released species densities was similar between treatments T2 and T5 (T. diatraeae: 19.69% and 24.17%, respectively; T. howardi: 42.7±1.04% overall mean, and P. elaeisis: 27.7±16.6% overall mean). The parasitism in T. arnobia pupae at 15 days was 24. 30% for T. diatraeae, 12.30% for T. howardi, and 12.53% for P. elaeisis, differing from the control areas. At 30 days, no infestation of T. arnobia was observed in the areas with releases of T. howardi and T. diatraeae, and there was a reduction in the population of this pest in the area with P. elaeisis release. At 45 days, the population of T. arnobia was practically zero in all three experiments. These results indicate that both T. bruni and T. pretiosum are capable of parasitizing and developing in eggs of I. panopla and C. includens, with some differences in performance between the species. This information is relevant for the development of biological control programs for I. panopla in commercial eucalyptus plantations, both in agricultural and forestry environments. This is the first record of T. bruni development in the host I. panopla under laboratory conditions. It was possible to confirm that T. bruni can disperse up to approximately 25 meters and locate, parasitize, and develop in eggs of I. panopla in eucalyptus plantations. The density of 1,200 individuals per hectare of T. diatraeae, T. howardi, and P. elaeisis is recommended for release in eucalyptus plantations with 5% to 10% defoliation, 1 to 5 larvae per 100 leaves, which is sufficient to reduce the population of T. arnobia. The results of this research provide support for the use of T. bruni, T. pretiosum, T. diatraeae, T. howardi, and P. elaeisis in biological control programs in eucalyptus forests.
Palavras-chave: Controle biológico
Biological control
Eulophidae
Iridopsis panopla
Thyrinteina arnobia
Trichogrammatidae
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA::ZOOLOGIA APLICADA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Grande Dourados
Sigla da Instituição: UFGD
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
metadata.dc.publisher.program: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Citação: SANTOS, Juliana Pereira. Parasitóides no controle de lepidópteros desfolhadores em Eucalipto. 2023. 91 f. Tese (Doutorado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade) – Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2023.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5632
Data do documento: 5-Out-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade

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