Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5198
Tipo: Dissertação
Título: Análise do processo de implementação do corredor rodoviário bioceânico, via Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul: políticas, normas, narrativas, ações e interações
Título(s) alternativo(s): Analysis of the implementation process of the bioceanic road corridor, via Porto Murtinho, in Mato Grosso do Sul: policies, norms, narratives, actions and interactions
Análisis del proceso de implementación del corredor vial bioceánico, vía Porto Murtinho, en Mato Grosso do Sul: políticas, normas, narrativas, acciones e interacciones
Autor(es): Cabrera, Fabiane de Oliveira Moreti
Primeiro Orientador: Souza, Adáuto de Oliveira
metadata.dc.contributor.referee1: Pereira, Ana Paula Camilo
metadata.dc.contributor.referee2: Faccin, Ana Carolina Torelli Marquezini
Resumo: A implantação de corredores de transportes/corredores de exportação não é inédita no Brasil. No I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND 1972/74), o Estado concebe os corredores de transportes como uma ferramenta de integração nacional. Assim, os corredores de transportes do I PND são os precursores históricos dos atuais corredores de transportes. Analisamos o Corredor Rodoviário Bioceânico via Porto Murtinho, com extensão de 2.396 quilômetros entre Campo Grande (MS) e portos do norte chileno (Antofagasta, Iquique e Arica), atravessando os territórios paraguaio e argentino, o qual foi institucionalizado em 2015 pelo Tratado de Asunción. Porém, a proposta de sua implementação remonta à gestão de José Orcírio Miranda dos Santos como governador sul-mato-grossense (Zeca do PT, 1999-2007), quando diversas reuniões internacionais foram realizadas com a participação de países integrantes do ZICOSUR e de órgãos regionais de financiamento. Após a assinatura do Tratado, um vasto conjunto de ações foram empreendidas, notadamente no Gran Chaco, no Paraguai. No território sul-mato-grossense, evidenciamos: pavimentação de rodovias, construção de contornos rodoviários, projetos de novos terminais hidroviários; reuniões governamentais, com a criação de uma Frente Parlamentar Internacional para o Corredor; e, principalmente, mudanças nas normas tarifárias e aduaneiras, para eliminar possíveis barreiras geográficas à livre circulação de mercadorias. Cria-se uma psicosfera para o projeto, propagando-se a narrativa de uma transformação econômica e geopolítica para Mato Grosso do Sul que se transformaria em hub logístico regional e nacional para exportação em direção a Ásia por meio do Oceano Pacífico. Este trabalho teve como objetivo geral analisar o processo de implementação do Corredor Rodoviário Bioceânico, via município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. Analisamos as diretrizes governamentais que sustentam o seu processo de implementação e o papel do Estado – inclusive o argentino, o paraguaio e o chileno - na implementação dessa política territorial; identificamos, caracterizamos e analisamos as ações, os objetos e os investimentos previstos e realizados (ou não), suas interações e contradições. Analisamos todos os documentos oficiais produzidos acerca deste Corredor e fizemos um trabalho de campo no Gran Chaco (PY), para acompanhar e fotografar as obras realizadas. Participamos de eventos, fóruns, reuniões governamentais e corporativas, e também de audiência pública acerca da licença ambiental para implantação de um porto. Trouxemos as falas públicas e/ou publicadas dos sujeitos envolvidos no projeto - pois o isolamento social provocado pela Covid-19 impossibilitou entrevistas -, principalmente “falas” do coordenador nacional do Corredor no Brasil. Afirmamos que o Corredor Rodoviário Bioceânico via Porto Murtinho reforça a topologia extravertida da rede de transportes no Mato Grosso do Sul e é um processo histórico na política de transportes no país. Assim, esse Corredor Bioceânico parece-nos como uma materialidade fazendo uso do território brasileiro sul-mato-grossense a partir das demandas logísticas do movimento de produtos agrícolas fundamentalmente para exportação e atendimento às necessidades de lucro de setores hegemônicos. Este Corredor deve a sua existência ao mercado internacional, sobretudo asiático; sua lógica é presidida pela competitividade da produção hegemônica e pela circulação corporativa. É uma expressão geográfica da produção obediente .
Abstract: The implementation of transport/export corridors is not unprecedented in Brazil. The I National Development Plan (I PND 1972/74) presents them as a tool for national integration. Thus, the I PND transport corridors are the historical precursors of the current ones. We analyzed the Bioceanic Road Corridor via Porto Murtinho—2,396 kilometers long, between Campo Grande (MS) and northern Chilean ports (Antofagasta, Iquique, and Arica), crossing Paraguay and Argentina—, which was institutionalized in 2015 by the Treaty of Asunción. However, the proposal for its implementation dates back to José Orcírio Miranda dos Santos’s tenure as governor of Mato Grosso do Sul (Zeca do PT, 1999-2007), when several international meetings were held and attended by ZICOSUR member countries and regional funding organizations. After the Treaty, a wide range of actions were undertaken, notably in Gran Chaco, Paraguay. In Mato Grosso do Sul, we can highlight: road paving, construction of road contours, projects for new waterway terminals; government meetings, with the creation of an International Parliamentary Front for the Corridor; and, mainly, changes in tariff and customs rules to eliminate possible geographical barriers to the free transportation of goods. A psychosphere is created for the project, propagating a narrative of economic and geopolitical transformation for Mato Grosso do Sul, that would become a regional and national logistics hub for exportation to Asia through the Pacific Ocean. This study had as its general objective to analyze the implementation process of the Bioceanic Road Corridor, via the municipality of Porto Murtinho, in Mato Grosso do Sul. We analyze the government guidelines that support its implementation process and the role of the State – including the Argentine, Paraguayan and Chilean – in the implementation of this territorial policy; we identify, characterize and analyze the actions, objects, and investments planned and carried out (or not), their interactions and contradictions. We analyzed all the official documents produced about this Corridor and did fieldwork in the Gran Chaco (PY), to monitor and photograph the works carried out. We attended events, forums, government and corporate meetings, and also in public hearings about the environmental license for the implementation of a port. We engage the public and/or published speeches of the subjects involved in the project - as the social isolation caused by Covid-19 made interviews impossible -, mainly "speeches" by the national coordinator of the Corridor in Brazil. We argue that the Bioceanic Road Corridor via Porto Murtinho reinforces the extraverted topology of the transport network in Mato Grosso do Sul and is a historic process in the country's transport policy. Thus, this Bioceanic Corridor appears to us as a materiality making use of the Brazilian territory of Mato Grosso do Sul from the logistical demands of the movement of agricultural commodities, fundamentally for exportation and meeting the profit needs of hegemonic sectors. This Corridor owes its existence to the international market, especially the Asian one; its logic is presided over by the competitiveness of hegemonic production and corporate circulation. It is a geographical expression of obedient production.
La implementación de corredores de transporte/exportación no es inédita en Brasil. El I Plan Nacional de Desarrollo (I PND 1972/74) concibe los corredores de transporte como una herramienta de integración nacional. Así, los corredores de transporte del I PND son los precursores históricos de los corredores de transporte actuales. Analizamos el Corredor Vial Bioceánico vía Porto Murtinho, con 2.396 kilómetros entre Campo Grande (MS) y los puertos del norte de Chile (Antofagasta, Iquique y Arica), institucionalizado en 2015 por el Tratado de Asunción. La propuesta para su implementación remonta a la administración de José Orcírio Miranda dos Santos como gobernador de Mato Grosso do Sul (Zeca do PT, 1999-2007), cuando se realizaron varias reuniones internacionales asistidas por países miembros de ZICOSUR y fondos regionales de inversión. Luego del Tratado, empezó una amplia gama de acciones en el Gran Chaco (PY). En Mato Grosso do Sul, se destacan: pavimentación de caminos, construcción de contornos de caminos, proyectos de nuevas terminales hidroviarias; reuniones de gobierno, con la creación de un Frente Parlamentario Internacional; y cambios en las normas arancelarias y aduaneras, para eliminar posibles barreras geográficas a la libre circulación de mercancías. Se crea una psicoesfera para el proyecto, propagando una narrativa de transformación económica y geopolítica para Mato Grosso do Sul, que se convertiría en un centro logístico regional y nacional para exportación a Asia a través del Océano Pacífico. Este estudio tuvo como objetivo analizar el proceso de implementación del Corredor Vial Bioceánico, a través del municipio de Porto Murtinho, en Mato Grosso do Sul. Analizamos los lineamientos gubernamentales que sustentan su proceso de implementación y el rol del Estado -incluidos el argentino, el paraguayo y el chileno- en la implementación de esta política territorial; identificamos, caracterizamos y analizamos las acciones, objetos e inversiones planificadas y realizadas (o no), sus interacciones y contradicciones. Analizamos todos los documentos oficiales producidos sobre este Corredor e hicimos trabajo de campo en el Gran Chaco (PY), para monitorear y fotografiar los trabajos realizados. Participamos en eventos, foros, reuniones gubernamentales y empresariales, y también en audiencias públicas sobre la licencia ambiental para la implementación de un puerto. Trajimos los discursos públicos y/o publicados de los sujetos involucrados en el proyecto (ya que el aislamiento social causado por Covid-19 imposibilitó las entrevistas), principalmente "discursos" del coordinador nacional del Corredor en Brasil. Afirmamos que el Corredor Vial Bioceánico vía Porto Murtinho refuerza la topología extravertida de la red de transporte de Mato Grosso do Sul y es un proceso histórico en la política de transporte del país. Así, este Corredor Bioceánico constituye una materialidad que aprovecha el territorio brasileño de Mato Grosso do Sul a partir de las exigencias logísticas del movimiento de productos agrícolas, fundamentalmente para la exportación y atendiendo las necesidades de lucro de los sectores hegemónicos. Este Corredor debe su existencia al mercado internacional, especialmente al asiático; su lógica está presidida por la competitividad de la producción hegemónica y por la circulación corporativa. Es una expresión geográfica de producción obediente.
Palavras-chave: Corredor bioceânico
Bioceanic corridor
Logística
Logistic
Transporte rodoviário
Transportation automotive
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Grande Dourados
Sigla da Instituição: UFGD
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Ciências Humanas
metadata.dc.publisher.program: Programa de pós-graduação em Geografia
Citação: CABRERA, Fabiane de Oliveira Moreti. Análise do processo de implementação do corredor rodoviário bioceânico, via Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul: políticas, normas, narrativas, ações e interações. 2022. 197 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2022.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5198
Data do documento: 31-Ago-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Geografia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
FabianedeOliveiraMoretiCabrera.pdf11,9 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.