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http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/6116
Tipo: | Dissertação |
Título: | O Canto que Esfria o Calor das Balas: A Ação Política da Juventude Kaiowá e Guarani frente aos processos de violência e criminalização do Estado |
Autor(es): | Octaviano, Arthur Paiva |
Primeiro Orientador: | Cariaga, Diógenes Egídio |
metadata.dc.contributor.referee1: | Lutti, Aline Castilho Crespe |
metadata.dc.contributor.referee2: | Santos, Flavia Medeiros |
metadata.dc.contributor.referee3: | Olegário, Lauriene Seraguza |
metadata.dc.contributor.referee4: | Trindade, Henyo Barreto |
Resumo: | Nas páginas que seguem, pretende-se descrever, por uma via etnográfica, as formas de resistência e criatividade política do coletivo de jovens Kaiowá e Guarani organizados na Retomada Aty Jovem, a RAJ frente a processos de criminalização e violência perpetrados pelo Estado e, também, por frentes patronais privadas que representam interesses alienígenas às pautas construídas e reivindicadas pelos povos indígenas em Mato Grosso do Sul, em especial os Kaiowá e Guarani. Durante o meu convívio com a RAJ, participando de reuniões e assembleias organizadas em diversas aldeias e retomadas, percebi que a violência era um acontecimento multifacetado, que afeta os jovens Kaiowá e Guarani sob diversas formas. Para compreender essa relação agonística pensada através da perspectiva da RAJ contra os saberes e tecnologias dos brancos – karaí reko kuera, percebi que estes jovens acionam uma série de elementos que compõem seus modos de fazer política, como os cantos-reza - ñembo’e, que operam como uma forma de interlocução entre seu mundo e os patamares celestes, acionando os seus guardiões do modo de ser – teko jara, que compõem a política xamânica dos Kaiowá e Guarani, mas também sua agência sobre as ações de retomada, seus corpos e sua paisagem social. Ademais, ao longo das páginas que seguem, descreverei a violência como uma forma e enfeitiçamento dos brancos contra os Kaiowá e Guarani, traduzida por meu interlocutor jovem como Ara Piraguai. Portanto, na arena política da juventude Kaiowá e Guarani hoje se deflagra um cenário de um conflito ontológico (Almeida, 2013), visualizado pela guerra existencial entre diferentes modos de vida e tecnologias, o dos brancos e o dos Kaiowá e Guarani. Acrescento que, a juventude em sua agenda política extemporânea se organiza de forma criativa sobretudo a partir de redes de socialidade que criam por alianças entre jovens de outras aldeias, como nas universidades, mas, além disso, a juventude se mostra capaz de conjugar o presente e o futuro ao mesmo tempo, mobilizados pela memória dos seus antepassados que tombaram na luta. |
Abstract: | In the pages that follow, we intend to describe, through an ethnographic approach, the forms of resistance and political creativity of the collective of Kaiowá and Guarani youth organized in the Retomada Aty Jovem, the RAJ in the face of processes of criminalization and violence perpetrated by the State and, also, by private employer fronts that represent interests alien to the agendas constructed and demanded by indigenous peoples in Mato Grosso do Sul, especially the Kaiowá and Guarani. During my time with the RAJ, participating in meetings and assemblies organized in different villages and retakes, I realized that violence was a multifaceted event, which affects Kaiowá and Guarani young people in different ways. To understand this agonistic relationship thought through the perspective of the RAJ against the knowledge and technologies of white people - karaí reko kuera, I realized that these young people activate a series of elements that make up their ways of doing politics, such as prayer songs - ñembo'e, that operate as a form of dialogue between their world and celestial levels, activating their guardians of the way of being – teko jara, which make up the shamanic policy of the Kaiowá and Guarani, but also their agency over the actions of recovery, their bodies and its social landscape. Furthermore, throughout the pages that follow, I will describe violence as a form of bewitchment by white people against the Kaiowá and Guarani, translated by my young interlocutor as Ara Piraguai. Therefore, in the political arena of Kaiowá and Guarani youth today, a scenario of ontological conflict is unfolding (Almeida, 2013), visualized by the existential war between different ways of life and technologies, that of the whites and that of the Kaiowá and Guarani. I would add that youth, in their extemporaneous political agenda, organizes themselves in a creative way, mainly based on social networks that they create through alliances between young people from other villages, such as in universities, but, in addition, youth shows themselves capable of combining the present and the future at the same time, mobilized by the memory of their ancestors who fell in the fight. |
Palavras-chave: | Violência Violence Mobilização indígena Indigenous mobilization Etnologia guarani Guarani ethnology |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Grande Dourados |
Sigla da Instituição: | UFGD |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Ciências Humanas |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de pós-graduação em Antropologia |
Citação: | OCTAVIANO, A.P. O Canto que Esfria o Calor das Balas: A Ação Política da Juventude Kaiowá e Guarani frente aos processos de violência e criminalização do Estado. 2024. 132 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2024. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/6116 |
Data do documento: | 26-Fev-2024 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Antropologia |
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