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Tipo: Dissertação
Título: "A Cama é nossa casa": uma análise antropológica sobre o encarceramento feminino de/para mulheres em uma instituição prisional no estado de Mato Grosso do Sul
Autor(es): Beluzi, Jacson Renato
Primeiro Orientador: Oliveira, Esmael Alves de
metadata.dc.contributor.referee1: Vieira, Danielli
metadata.dc.contributor.referee2: Bernardes, Elizete de Souza
metadata.dc.contributor.referee3: Becker, Simone
Resumo: Este trabalho busca refletir sobre algumas nuances, entre tantas existentes, que cercam o encarceramento feminino no Brasil a partir de pesquisa de campo realizada junto a uma instituição prisional localizada no Estado de Mato Grosso do Sul. A pesquisa tomou como foco inicial dados oficiais sobre encarceramento feminino no Brasil e também em Mato Grosso do Sul, por meio dos quais foram problematizados os atuais mecanismos de encarceramento em massa no país. Além disso, por meio de um trabalho de campo junto à instituição, buscou-se pensar acerca das relações de poder existentes e suas incidências sobre aquelas que são consideradas alvos do regime disciplinar: “as meninas” presas. A busca pela produção da mulher “ressocializada” nos moldes desejados pela política prisional oportunizou perceber a instituição-prisão como uma via de mão dupla: enquanto espaço de produção de corpos disciplinados, mas também, e ao mesmo tempo (ouso dizer até: para além disso),enquanto espaço de produção de redes, afetos, resistências e agenciamentos. Assim, suas relações transbordam os muros e as disciplinas e reafirmam seus enlaces com aqueles que estão extramuros e seus engajamentos com outras formas de constituição de si. Sem ignorar a importância dos dados estatísticos, esta etnografia procurou ultrapassar fronteiras ao lançar um olhar sobre sujeitos de “carne, osso e sangue”, que não se conformam nem se resumem às polícias/políticas de massificação. Ao percorrer os diferentes espaços da instituição, intentouse o contato com um feminino que não é abarcado pelo olhar/discurso institucional. Afinal, que mulheres genéricas são essas das estatísticas? As falas das “meninas” encarceradas e de algumas das agentes públicas da instituição apontam para a possibilidade de outras questões e outras análises. Utilizando-me, pois, da perspectiva antropológica e ancorado em reflexões foucaultianas, preocupando-me com a noção de discurso enquanto prática, sem perder de vista a capacidade de resistência e agenciamento dos sujeitos, espero ter contribuído para pensar que, se as prisões são espaços onde as pessoas, por relações de poder e de exclusão, produzem-se e são produzidas, seja, por exemplo, a partir do trabalho prisional, das galerias onde se vive na prisão, das visitas de familiares, da atuação dos profissionais e de atores no cotidiano da prisão, também e ao mesmo tempo esse espaço é um lugar onde se constituem práticas e discursos dissidentes.
Abstract: O The study seeks to reflect on some of the nuances, among so many existing ones, that surround female imprisonment in Brazil, based on field research conducted at a prison institution located in the state of mato grosso do sul. Female imprisonment in Brazil and also in mato Grosso do Sul, through which the current mechanisms of incarceration in the country were problematized. In addition, through a fieldwork with the institution, we sought to think about the existing power relations and their incidence on those that are considered the targets of the disciplinary regime: "girls" prey. The quest for women's production of "resocialization" in the ways desired by prison politics has made it possible to perceive the instituti on-prison in a two-way street: as a space for the production of disciplined bodies, but also at the same time (I dare say even ) as a space of production of networks, affections, resistances and assemblages. Thus, the relations of the "girls" trapped overflow the walls and disciplines and reaffirm their links with those who are outside the walls and their engagements with other forms of self-constitution. Without ignoring the importance of statistical data, this ethnography sought to go even further by looking at subjects of "flesh, bone and blood" and who do not conform to or summarize themselves to the police / policies of massification. When going through the different spaces of the institution, contact was sought with a female that is not encompassed by the institutional look / discourse. After all, what generic women are these statistics? The statements of the imprisoned "girls" and some of the institution's public agents point to the possibility of other questions and other analyzes. using an anthropological perspective, anchored in Foucauldian reflections, worried with the notion of discourse as a practice, without losing sight of the capacity for resistance and agency of the subjects, I hope I have contributed to thinking that if prisons are spaces where relations of power and exclusion are produced and produced, for example, from prison work, galleries where one lives in prison, family visits by professionals and actors in prison daily life, and at the same time and a place where constitute practices and discourses are formed.
Palavras-chave: População carcerária feminina
Women prisoners
Mato Grosso do Sul (Brasil)
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Grande Dourados
Sigla da Instituição: UFGD
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Ciências Humanas
metadata.dc.publisher.program: Programa de pós-graduação em Antropologia
Citação: BELUZI, Jacson Renato. "A Cama é nossa casa": uma análise antropológica sobre o encarceramento feminino de/para mulheres em uma instituição prisional no estado de Mato Grosso do Sul. 2019. 89 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2019.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1592
Data do documento: 29-Mar-2019
Aparece nas coleções:Mestrado em Antropologia

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